A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta. Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias.
Como no passado, enxergamos a floresta como um obstáculo ao progresso, como uma área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos, ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica.
Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são símbolos da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo. Um país que tem 165 mil km2 de área desflorestadas, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Assim, deve-se programar em níveis Federal, Estadual e Municipal a interrupção imediata do desmatamento da floresta amazônica. Já! É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e historia.